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Odontologia veterinária sem mistério: prevenção, anestesia segura e qualidade de vida para cães e gatos

Odontologia veterinária sem mistério: prevenção, anestesia segura e qualidade de vida para cães e gatos

Por: Odontocão - 07 de Outubro de 2025

A saúde bucal dos pets impacta diretamente o bem-estar, o comportamento e a longevidade. Em conversa com o Bicho Gente Podcast, o Dr. Lourenço Malucelli Neto, médico-veterinário anestesiologista e sócio da Odontocão (Curitiba), explicou de forma didática o que muda (e o que é igual) entre a odontologia humana e a veterinária, quando a anestesia é necessária e como os tutores podem prevenir a doença periodontal silenciosa e muito comum nos pequenos animais.

“A odontologia veterinária é idêntica à humana no que diz respeito às doenças e tratamentos: fraturas, tratamento de canal, adequações ósseas, correções que evitam dor e prejuízo na mastigação. O que mais difere é a estética, que no pet não é prioridade.” explica Lourenço.

Por que a anestesia geral é necessária?

Nos atendimentos de cães e gatos, quase todos os procedimentos odontológicos exigem anestesia geral para garantir imobilidade, controle da dor e segurança durante limpezas profundas, radiografias intraorais, restaurações, extrações e endodontia.

“O anestesista precisa estar presente: o paciente deve ficar completamente desacordado para permitir um tratamento preciso e sem sofrimento. Trabalhamos com anestesia balanceada e monitorização contínua, é um centro cirúrgico hospitalar.” 

Segundo o especialista, a odontologia é uma das áreas mais seguras para anestesia, porque raramente o paciente chega descompensado (diferente de traumas, tumores extensos ou infecções sistêmicas).

“Em mais de 20 anos anestesiando para odontologia, perdi um paciente. O risco existe em qualquer medicina, mas ele é baixo quando há avaliação pré-anestésica, exames e equipe treinada”, afirma o médico-veterinário anestesiologista.

Dor crônica: o vilão invisível nos pets

A doença periodontal (placa → cálculo/tártaro → inflamação → destruição de ligamentos e osso) avança sem alarde. Em pets de pequeno porte, a ocorrência pode superar 85% ao longo da vida.

Sinais de alerta:

  • Halitose (mau hálito) persistente;
  • Sangramento em brinquedos/“ossinhos” ou ao mastigar;
  • Acúmulo visível de tártaro e gengiva vermelha/inchada;
  • Mudança de mastigação (pet passa a usar mais um lado);
  • Irritabilidade, sono ruim, menor disposição.

“É uma dor que cronifica; o pet se acostuma e segue a vida ‘até feliz’. Depois do tratamento, muitos tutores dizem: ‘voltou a ser outro cão’. Tirar a dor muda humor, apetite, sono e energia.” — Dr. Lourenço.

Canal em cães e gatos? Sim

Tratamentos de canal são rotina também em veterinária. A anatomia dos canais apicais em cães e gatos (ápice mais fechado) tende a reduzir algumas complicações em relação aos primatas, mas o princípio é o mesmo: limpeza, modelagem e vedação adequada.

“Buscamos iniciar e concluir o canal no mesmo procedimento – aproveitando a anestesia geral, com equipe completa (cirurgião, anestesista e auxiliares) e dinâmica de centro cirúrgico”, afirma.

Prevenção é sempre a melhor opção

O melhor cenário é não chegar ao ponto de exigir tratamento cirúrgico sob anestesia. Para isso:

Higiene diária (ou o mais frequente possível)

  • Comece com gaze no dedo (abrasão suave) em filhotes e adultos;
  • Evolua para escovas próprias; escovas elétricas podem ajudar (acostume o pet gradualmente ao som/vibração);
  • Prefira pastas enzimáticas (continuam agindo após a escovação).

Apoios que funcionam

  • Suplementos/alimentos com ingredientes que auxiliam na redução de placa (ex.: algas específicas);
  • Brinquedos desenvolvidos para limpeza mecânica sem excesso de dureza.

Evite o que quebra dente

  • Ossos naturais muito duros e couros prensados com nós nas pontas são campeões de fraturas;
  • Tampinhas e garrafas PET podem cortar gengiva ou lascar dente;
  • Se houver sangue após mordidas, pense em inflamação gengival e procure avaliação.

O Dr. Lourenço alerta que cães braquicefálicos (focinho curto) como o buldogue, pug, pequinês, shih tzu, boxer, boston terrier, lhasa apso, além de outras raças de focinhos achatados, acumulam mais placa. Ïsso porque o mesmo número de dentes precisa caber em uma boca menor, e assim acabam ficando dentes ‘sobre dentes’. Essas raças exigem rotina preventiva reforçada.” 

Medo da anestesia: mito x realidade

Tutores costumam temer a anestesia, sobretudo em idosos e cardiopatas. O recado do especialista é objetivo:

Não é o tipo de anestesia que ‘garante’ segurança – é ter anestesista presente durante todo o tempo. Avaliação prévia, escolha técnica individualizada e monitorização fazem a diferença. O objetivo é sair vivo, sem dor e com os órgãos funcionando 100%”, disse.

Treinamento da família e do pet

Manipular a boca faz parte do cuidado. Com técnica e paciência, a sociabilização melhora e o pet aceita a higiene. A liderança calma e consistente do tutor evita experiências traumáticas e facilita qualquer intervenção de saúde.

“Comece cedo, com gaze e toques curtos, positivos. A proximidade diária sociabiliza; o pet confia e permite a escovação. Liderança não é dureza: é previsibilidade e segurança para o animal.” — Dr. Lourenço.

Um novo profissional: técnico em odontologia veterinária

Para ampliar a prevenção, o time da Odontocão está planejando a capacitação de profissionais não veterinários para atuarem como técnicos em odontologia veterinária, com foco em higiene, avaliação básica e orientação de tutores (sem realizar procedimentos clínicos).

“Queremos formar uma rede que ajude na prevenção diária: passeadores, groomers e equipes de pet shop habilitados a escovar corretamente e a reconhecer sinais de alerta”, antecipa o Dr. Lourenço.

A prevenção e avaliações periódicas evitam dor crônica, reduzem infecções sistêmicas e prolongam a vida do pet com qualidade.

“Odontologia veterinária não é luxo. É saúde. Tratar a boca muda a vida do animal.” — Dr. Lourenço.

Fale com a Odontocão

A Odontocão é uma clínica dedicada exclusivamente à odontologia veterinária, com equipe de cirurgia e anestesia especializada. Se você identificou algum sinal no seu pet – ou quer montar uma rotina preventiva – agende uma avaliação odontológica.

Odontocão — Curitiba/PR
Atendimento com hora marcada.

Este conteúdo foi produzido a partir da entrevista no Bicho Gente Podcast. Assista ao episódio 80 completo no YouTube acesse: https://youtu.be/Qf4z-fYV6j4?si=e51VbvXE7bQ_MMG8

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